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CONCLUSÃO DO 10° CAPÍTULO PROVINCIAL


Cidade Regina, 17 de Janeiro de 2013.


     “Cremos, e por isso falamos ” (2Cor 4,13).  “Com fé audaz e profética, 
façamos a todos a caridade da Verdade.”


Chegamos à conclusão, mas não ao término de nosso Capítulo Provincial, evento institucional  e eclesial que celebramos com intensidade e amor. Experimentamos mais uma vez a beleza da nossa vocação paulina, da nossa missão. Sentimo-nos unidas e colaborativas mesmo na diversidade de dons, idade, cultura, mentalidade.
Vivemos 15 dias intensos entre oração, reflexão, partilha, busca, diálogo, comunhão, mistério pascal. Dias lindos, marcados pela esperança, encorajadas e guiadas pela presença do Espírito e animadas pelas mensagens de nossas irmãs e irmãos que nos acompanharam neste tempo de graça.
O Capítulo Provincial, como todo evento  importante, de fato, continua  agora em nós, nas animações que faremos envolvendo todas as irmãs da Província  e continua depois, no Capítulo Geral para o qual  estamos nos preparando, e será celebrado de 15 de agosto a 15 de setembro de 2013 em Roma. Por isso, continuemos a rezar por este importante evento de Congregação.
1. O canto da ação de graças
Neste momento brota do nosso coração o canto de ação de graças, antes de tudo
* Profunda gratidão à Santíssima Trindade  é o que sentimos neste momento conclusivo do nosso Capítulo. Dentro de cada uma de nós, certamente, passaram-se muitos sentimentos, pensamentos, desejos, inquietações, preocupações mas, sobretudo, uma  profunda
* gratidão a Deus, nosso Pai, pela sua misericórdia, pelo seu  imenso amor para cada uma de nós e com nossa Congregação, com a Igreja e toda a humandade, porque Ele guia e conduz a nossa vida, a nossa história, gratidão ao Filho, ao Cristo Mestre pela presença forte e iluminadora, percebida através de tantos sinais.
* gratidão porque Ele caminha conosco todos os dias, nos sustenta com sua Palavra e com a Eucaristia e nos diz: "Não temam, eu estou com vocês!".
* gratidão ao Espírito Santo porque nos guiou, iluminou, fez crescer em nós a fé e arder o nosso coração por Jesus Cristo, pela sua Palavra,  pela vocação, pelo carisma, pela Igreja, e nos fez crescer no amor fraterno, experiementar a alegria  de sermos irmãs, nos fez percorrer o caminho, conforme a sua vontade. Ele quis servir-se de nós para projetar caminhos de fé e de esperança para o futuro da nossa Congregação e da nossa Província.  Ele ajudou-nos a crer mais fortemente no dom do carisma paulino que está vivo em nós, e criou sintonia, profunda comunhão, desejo de discernir e realizar o que o Senhor quer de nós. Também nos impulsiona a partilhar o carisma com a Igreja e com o povo.
• gratidão  às nossas queridas irmãs de todas as comunidades  que nos sustentaram com  a oração, acompanharam com as mensagens e a  participação através do Blog e e-mail, e também nos substituíram, neste tempo, nos vários serviços para que pudéssemos estar aqui realizando, em nome delas, o Capítulo  Provincial.  Agradecemos também a oração da  Família Paulina e das irmãs de clausura que nos acompanharam.
• gratidão aos nossos Cooperadores e Colaboradores e todas as pessoas que, de alguma forma, se fizeram presentes,  enviaram sugestões e nos acompanharam com a oração,  gestos  e mensagens várias.
• gratidão as irmãs  do conselho provincial  pelo quanto cada uma se empenhou na preparação  deste Capítulo. À comissão que colaborou na preparação com muita generosidade.
• gratidão à Comissão central, à secretaria, Ir. Vera  Maria, que  conduziu as sessões do Capítulo com serenidade e competência;  às moderadoras: Ir. Clarice e Ir. Adilse, pelo serviço prestado com alegria à  assembleia, escrutinadoras  Ir. Vanderlane e Ir. Ilanyr pela sua prontidão em servir e as representantes da assembleia: Ir. Flávia e Ir. Zuleica que exerceram muito bem sua missão.
• gratidão às várias equipes: de  redação, de informação-comunicação, de Atas,  leitura das atas, à equipe de  liturgia, social- cultural, a cronometrista e a equipe de organização dos documentos.
• gratidão às secretarias e moderadoras dos grupos; um obrigada  muito especial a Ir. Matilde, que muito colaborou nestes dias.  Um agradecimento às Irmãs da Cidade Regina, em particular Irmãs Natalina e Silvana, responsáveis pela Casa de oração, pela acolhida carinhosa e pelos serviços que nos foram prestados com tanta delicadeza, juntamente com as noviças e colaboradoras da cozinha e da casa.
Enfim, gostaria que todas se sentissem agradecidas reciprocamente por tudo o que vivemos neste acontecimento de graça e de empenho de todas.
• gratidão a D. Tomé que fez a abertura deste Capítulo, aos padres Arno Brustolin  e  Antonio da Silva, a Dom Antonio Peruzzo que muito nos iluminou sobre o tema;  ao Frei Almy Gomes que conduziu nosso retiro com simplicidade, fé, alegria  e criatividade.
• gratidão a cada uma de vocês, irmãs capitulares,  pelo empenho, a
colaboração, a seriedade e corresponsabilidade  com que realizaram as diversas atividades, pelo testemunho de vocês, e pelo clima de escuta do Espírito,  de comunhão e partilha, de alegria,  serenidade e de oração que caracterizaram cada fase do Capítulo. Muito agradecida.
2. A entrega do caminho, vivido com esperança!
Nestes 15 dias de Capítulo nos encontramos com a Palavra de Deus, com Jesus Cristo presente na Eucaristia, nos encontramos conosco mesmas, umas com as outras; encontramo-nos com a realidade da Província, a olhamos com carinho, com amor, assim como ela é, com seus sólidos valores, seu amor ao carisma, seu entusiasmo na missão, nas realizações, seus limites e desafios. Quanta beleza econtramos nela, quanto trabalho silencioso do Espírito dentro da nossa realidade humana, do nosso interior, quantos apelos à conversão, para crescer no amor a Deus e ao próximo, essência da nossa vida consagrada paulina. Quanto trabalho do Espírito em nossa missão!
Quanto empenho apostólico encontramos em cada irmã, quanta doação generosa, silenciosa, sem medida, em cada uma. Quanta entrega, lutas, preocupações, buscas, fadiga, fé, para viver e partilhar o carisma paulino, hoje, neste mundo conturbado, globalizado, secularizado e competitivo, mas também um mundo que nos oferece muitas oportunidades de fazer o bem, de  partilhar o carisma, sobretudo, com os leigos Cooperadores paulinos para o Evangelho.  É evidente o entusiasmo de realizar o  apostolado, desde as menores atividades do dia a dia, até os grandes e complexos  empreendimentos,  investimentos e decisões  que são tomadas.
Encontramos na Província o empenho para crescer na vida espiritual, na relação pessoal com o Mestre, para realizar a Pastoral vocacional, a formação, os estudos, a administração e economia, o serviço de governo etc. Diante de tudo isso, temos uma certeza: não estamos sós, tudo isso foi e é possível, porque Deus nos dá a sua graça, a luz, a força necessária, como deu a São Paulo, o grande apóstolo e missionário, ao Pe. Alberione, a Irmã Tecla Merlo.
Mesmo tendo muito chão pela frente, caminhamos na esperança porque Jesus nos diz: "Não temam, eu estou com vocês, daqui quero iluminar, vivam em contínua conversão!"  foi o que Pe. Alberione sentiu e experimentou no momento de grande dificuldade em sua vida e diante da obra que estava fundando. O Mestre Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, confirmou a sua presença e a sua  vontade.
Neste momento entregamos ao Senhor, à sua infinita misericórdia, o nosso rosto, a fotografia da  nossa realidade, como sempre, com luzes e sombras, na qual os sinais de vida  são claros e numerosos. Os mais luminosos são as 221 FSP na formação permanente, as 42 jovens na formação inicial, os quase 600 colaboradores que multiplicam a presença e a ação da Província, para além de nossas comunidades. Os Cooperadores Paulinos para o  Evangelho, sempre mais numerosos. São sinais de luz e de esperança as boas produções editoriais, a difusão, os serviços apostólicos que projetam  na Igreja e na sociedade  a imagem de uma Província desejosa de alcançar a todos, empenhada na comunicação do Evangelho  a todos. 
Nosso rosto revelou também relações interpessoais difíceis, falta de maior equilíbrio nas várias dimensões da vida paulina, a escassa avaliação nos vários níveis, e a necessidade de continuar o empenho na missão, especialmente na difusão, uma das nossas prioridades.
Ainda insuficiente empenho na pastoral vocacional  e na preparação cultural e profissional das irmãs para rezaliar uma missão  grande e desafiadora como a nossa.
Não obstante tudo isso, continuamos a nos apaixonar pela beleza da nossa vocação, pela grandeza e importância do carisma paulino na Igreja. Novamente percebemos a força que é para nós partir da centralidade de Jesus Cristo Mestre em nossa vida e  ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs, com a convicção da nossa fé, comunicar e partilhar com todos, este dom que de Deus recebemos, para doar aos outros, e dizemos confiantes: Cremos, Senhor, mas aumenta a nossa fé! 

3. Lanço-me para frente com fé, como Paulo
Certamente nenhuma de nós está saindo deste Capítulo da mesma maneira como entrou. A nossa mente e o nosso coração se alargaram para perceber a presença de Deus que caminha conosco,  para acolher a nossa Província com amor, como ela é, para abraçar a missão, as necessidades das pessoas  de hoje e procurar responder com nosso carisma. 
Quais foram as luzes que o Espírito acendeu em nós, e que vamos partilhar com nossas irmãs e irmãos? 
Nestes dias, muitas luzes se acenderam e até cresceram em nós,  por exemplo,  que  a  nossa vida  será transformada pelo Espírito Santo, na medida em que Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida  estiver no centro, e a nossa relação pessoal com ele for profunda, amorosa e fiel. Que essa intimidade nasce,  se desenvolve e se reforça na adoração a Cristo na Eucaristia e na escuta atenta da sua Palavra, pois "quem é habitado pela Palavra, é transformado  e  transforma, é libertado e liberta" (pe. Sorge sj Intercapítulo). Esta relação com Cristo cresce também no contato com o povo, com a realidade, na missão de cada dia.
• Outra luz é a necessidade de voltar ao fundamento bíblico-teológico-carismático  da vocação-missão, do chamado de Deus,  e haurir da fonte, da  experiência  e dos escritos de São Paulo, de  Pe. Tiago Alberione e Irmã Tecla Merlo.
• Que viver em comunidade é um sinal profético, e temos a necessidade de primeiro evangelizar a nós mesmas, para depois evangelizar outros; crer e depois falar;  viver em contínua conversão.
• Uma luz que se renovou em nós foi o amor e o entusiasmo pela missão, o desejo de chegar a todos, de comunicar a todos o Evangelho, como  Paulo "que se fez tudo para todos".  É importante abrir-nos sempre mais ao futuro, mudar nosso modo de pensar, renovar com toda a Igreja o modo de evangelizar com novas formas, novos métodos, novo ardor, e as novas linguagens da comunicação.  É importante  estar presente na rede, nos novos espaços digitais para falar de Deus e comunicar sua Palavra  a todos. Sem deixar, contudo,  de realizar a missão com as formas tradicionais válidas e eficazes até hoje.
• Falar de Deus, diz o Papa Bento XVI,  exige uma familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, supõe nosso conhecimento pessoal e real de Deus, e uma forte paixão pelo seu desígnio de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguir, é o método realizado na Encarnação, na simples casa de Nazaré e na gruta de Belém, o da parábola do pequeno grão de mostarda  (cf. Mt 13, 33).
E coloca como exemplo Paulo, comunicador extraordinário que nos dá uma lição que vai precisamente ao cerne da fé, do problema de «como falar de Deus» com grande simplicidade.
«Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloquência nem da sabedoria, anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado» (2, 1-2).
Paulo não fala de ideias que encontrou, mas fala de uma realidade da sua vida, fala do Deus que entrou na sua vida, fala de um Deus real que vive, falou com Ele e falará conosco, fala do Cristo crucificado e ressuscitado, fala, portanto de uma Pessoa".
• Luz que acompanha nosso dia a dia  é a urgência de incrementar a difusão dos produtos de Paulinas, fazer chegar às pessoas o "pão" que produzimos com tanto  cuidado e amor, a  todas as  pessoas.
• Outra luz que continua acesa é a colaboração com os leigos: cooperadores, colaboradores e outros,  para com eles partilhar o carisma paulino.
• Continuar com novo entusiasmo o apostolado da Pastoral vocacional, procurando novas formas,  marcadas pela característica paulina,  e  dela todas nós somos  responsáveis.
• Uma luz  que se acendeu, várias vezes, foi a necessidade da formação das irmãs e da autoformação permanente,  da qual cada uma é responsável.
Enfim, voltando para as nossas comunidades, para a nossa missão, vamos testemunhar o que aqui vivemos: grande comunhão, colaboração entre nós, fé, alegria, amor à Congregação, a Província,  respeito mútuo, acolhimento, doação, entusiasmo.
 Vamos retomar os nossos Planejamentos, nossos programas, nas várias áreas da nossa vida, que já contêm muitos dos elementos e das propostas que fizemos para o Capítulo geral, mas com uma diferença, vamos retomar  nossa vida, nossa missão com novo ardor, com novo estusiasmo, com maior consciência da importância e da beleza do carisma paulino. Vamos ajudar-nos a reavivar e a desenvolver o dom que Deus nos concedeu através do Pe. Tiago  Alberione.
Que cada uma de nós, capitulares, possamos viver em profundidade o tema do Capítulo: Cremos, por isso falamos!  vivendo  e partilhando a  fé  como Paulo, Alberione e Tecla,  será uma grande luz para nós, para as nossas comunidades e para as pessoas que encontraremos na  missão, em casa e fora dela.
Vamos partir desta casa que nos acolheu fortalecidas na fé, com esperança e alegria no coração por  termos experimentado de novo quanto o Senhor nos ama,  quanto nos amamos umas às outras e quanto amor nutrimos pela missão. Vamos comunicar com a nossa vida, o que aqui vivenciamos.
A cada uma de vocês, confio com alegria, o mandato de transmitir, antes de tudo, a experiência vivida e de envolver as irmãs nos conteúdos tratados, nas contribuições ao Instrumento de trabalho, nas propostas ao Capítulo geral, bem como rezar com elas. Levem às irmãs e jovens das comunidades meu abraço fraterno e meu agradecimento pelas orações e por ter-nos acompanhado tão de perto. 
São Paulo apóstolo e Maria, Rainha dos Apóstolos, nos acompanham cada dia com sua proteção e suas bênçãos.
Com essas palavras e profundo sentimento de gratidão e na certeza que nos vem da fé, declaro encerrado o nosso 10° Capítulo Provincial de 2013.
Boa continuação do caminho,  crendo, falando, amando, anunciando Cristo!

                                                                  Ir. Ninfa Becker fsp
              Superiora provincial

 

 

 

 

 

COMUNICAÇÃO

UM CHAMADO CARISMÁTICO
(apostolado, missão – uma nova ambiência)

Joana T. Puntel, fsp *
 

1. UM CHAMADO CARISMÁTICO: na sociedade contemporânea

Seria um truísmo falar que estamos imersos em constantes mudanças na sociedade contemporânea. Mas abordar, refletir e discernir nas exigências e desafios que tais mudanças apresentam, torna-se, então, algo imperativo, por vezes difícil e empenhativo para descobrir novos caminhos, novos horizontes, para uma missão que deve considerar as novas sociabilidades que surgem e são divulgadas, especialmente, através das novas tecnologias de comunicação.

Trata-se, sobretudo, de um período marcado pela crise de paradigmas.
É importante refletirmos sobre o fato de que vivemos uma nova etapa na realidade histórico-cultural, isto é, encontramo-nos em uma prática que anula as “construções teóricas e filosóficas criadas desde o Iluminismo”; abandona-se o eixo de pensamentos que orientavam a atuação política, a reflexão teórica e o agir cotidiano, especialmente nas sociedades ocidentais. Surge a necessidade de reorganizar o pensamento e de renovar o aparato conceitual.

E o marco que caracteriza a divisão, a passagem dos dois milênios assenta-se e define-se como uma crise da modernidade, que inclui o declínio das ideologias, das ciências, e de tudo o que acompanhou o pensamento até pouco tempo e que, hoje, provisoriamente, recebe o nome de pós-moderno. A revolução do “depois da modernidade”, entretanto, é muito mais radical do quanto se acreditava inicialmente. Trata-se de enfrentar uma redefinição de conceitos não somente em vários campos, como também, sobre uma variedade de argumentos. Por exemplo, com as novas tecnologias de comunicação, o conceito de trabalho se modificou. Com a cultura digital, o conceito de interatividade assumiu um novo significado.

Vivendo em período de crise, as sociedades, em geral, passam não somente por aspectos mais imediatos da sociedade, da convivência, mas alcança os níveis profundos da cultura e do ethos coletivo.1 Assim encontramos, com razão, a afirmação no n. 484 do Documento de Aparecida, quando, ao referir-se à comunicação, a considera como um elemento articulador das mudanças sociais. De fato, se se prestar a atenção em tudo o que se move, mesmo em termos de globalização, conclui-se que é a comunicação que está articulando, isto é, possibilitando, facilitando, revolucionando paradigmas, construindo uma nova ambiência.


2. UM CHAMADO CARISMÁTICO: na nova evangelização


Assim que, falar de Igreja, de Cultura, de Comunicação, de evangelização... todas essas palavras encerram conceitos que desembocam em grandes desafios, que começam, implicam acompanhar a evolução não somente das teorias de comunicação, ou das novidades dos equipamentos no mercado, mas dos paradigmas pelos quais passa o processo da comunicação até chegar ao momento atual, este que vivemos e que chamamos de Cultura da Comunicação – mais precisamente, Cultura Digital ou Cibercultura. Isto significa não somente conhecer e compreender o momento atual; mas a exigência de uma mudança de mentalidade que toca profundamente no desenvolver, no atuar o binômio comunicação/evangelização. Entretanto, o “fazer” comunicação dentro e para fora de uma instituição, no nosso caso, “evangelizar”, traz como exigência o “conhecer”, deve estar plantado, enraizado em uma condução que se baseia em diretrizes advindas do Magistério da Igreja, como o fio condutor que dirige, que dá as orientações, que mantém a unidade, que avança no diálogo entre fé e cultura – e isto significa atenção, interesse, aquisição e prática de novos processos comunicativos- um grande desafio para a Igreja. Tanto que, no documento de trabalho, em preparação para o Sínodo dos Bispos realizado em Roma em outubro 2012, um dos cenários de fundo contemplado foi a comunicação.

Somos chamados a viver neste contexto “com novo dinamismo”2, pois o universo dos mídia constitui “o primeiro areópago dos tempos modernos (...), que está unificando a humanidade, transformando-a — como se costuma dizer — na « aldeia global »3. A inovação tecnológica, como origem de profundas transformações sociais, está determinando uma nova visão do homem (da pessoa) e da cultura, assim que “ não é exagerado insistir sobre o impacto dos meios de comunicação social no mundo de hoje. O advento da sociedade de informação é uma verdadeira e própria revolução cultural”.4
É tarefa da Igreja anunciar a mensagem da salvação a esta sociedade. Para conseguir fazê-lo é necessário discernir e renovar-se, bem como voltar a pensar na própria identidade – a identidade de evangelizar. A atenção, entretanto, volta-se para o fato de que “para ser fiel ao Evangelho, neste contexto, um simples processo de adaptação ou o procurar modalidades atuais de comunicação NÃO BASTAM. É necessário individuar formas credíveis para uma comunicação da fé em um contexto sociocultural, no qual o Evangelho deve se encarnar sem dispersar-se e sem anular-se. E isto faz parte da identidade da Igreja: a evangelização.

Chegamos, então, ao ponto de concluir: evangelização e midiatização – uma integração necessária, ou um diálogo necessário para evangelizar na sociedade contemporânea. É importante notar que não se trata de evangelizar a sociedade contemporânea, como se estivéssemos de fora e ditamos a “fé” para os outros. Mas estamos dentro e é nesta sociedade contemporânea que temos de apresentar a fé, o testemunho. Como o próprio Bento XVI diz em uma de suas Mensagens para o Dia Mundial das Comunicações (2011) “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”:

As novas tecnologias estão mudando não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está nascendo uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão. (2011)
 

Estar aberto para uma reflexão sobre Evangelização e Midiatização exige vontade firme que deixa a mente mergulhar no conhecimento, muitas vezes obscuro, outras, conhecido em parte, mas sempre supondo o envolvimento de aprendizagem, que se abre para o novo. Isto exige uma postura de despojamento conceitual e abandono de práticas que não dialogam mais com as pessoas da sociedade contemporânea. Se for possível alcançar esta meta, o processo de aprendizagem frutificará, e a narrativa acrescentará novas práticas para uma visão nova sobre a cultura digital, por parte da Igreja. O esforço para aprofundá-la e torná-la prática é muito grande, seja através de Congressos, encontros e exemplos de pessoas que “estão na cibercultura” comunicando-se. O problema é sempre a mentalidade e a não superação, também por parte de líderes da Igreja, do simples “uso dos meios” para uma visão global da comunicação. Faz-se necessário superar a unilinearidade.

● O convite de Bento XVI é para perceber que está nascendo um “novo sujeito” com o qual a “fé” deve se relacionar na evangelização. Estão surgindo novas maneiras de pensar, de ensinar. Vivemos uma outra lógica. Isto toca a evangelização. Qual o desafio para os cristãos nesse contexto?
 
Já em 1925, o bem-aventurado Tiago Alberione, portanto desde o início, descreveu o carisma paulino como uma unidade indissolúvel de diversos elementos: “O mundo tem necessidade de uma nova, longa e profunda evangelização” (UCBS, A. 8 – 20 de agosto de 1925,m pp. 3-4, in La primavera paolina, p. 680).
O carisma paulino é um projeto integral de “nova evangelização” que deve ser compreendido e reinterpretado numa visão global da missão da Igreja, no estilo da exortação apostólica de Paulo VI, Evangelii nuntiandi (08.12.1975), e da encíclica de João Paulo II, Redemptoris missio (07.12.1990), e das mensagens anuais de Bento XVI, por ocasião do Dia Mundial das Comunicações.
Importante concluir, então, que “o nosso Fundador, com efeito, não pensou a imprensa e os sucessivos modernos meios de comunicação como “instrumentos”, mas elaborou na Igreja uma nova forma de evangelização: a pregação escrita ao lado da pregação oral” (Silvio Sassi – Revisão Carismática do apostolado – Roma, 3/09/2007).

(VER texto da intervenção de d. Maria Celli no Sínodo dos bispos sobre a nova evangelização)

3. UM CHAMADO CARISMÁTICO: na nova cultura da comunicação

1. Perceber a mudança tecnológica inserida no processo comunicativo

Ninguém duvida que a totalidade do universo da comunicação foi sensivelmente influenciado, nos últimos anos, pelas novidades técnicas que revolucionaram as características das modalidades operativas, dos valores e dos aspectos culturais. Desde a invenção da imprensa até nossos dias, com a realidade virtual.

Essas últimas modalidades, através da história, mas de modo especial as últimas, são os resultados das tendências, das procuras, das criatividades, das descobertas do ser humano no nosso contexto cultural, a partir pelo menos dos anos 60. Entre as grandes invenções na área da comunicação, nesse período, emergem as técnicas dos "computer graphics", o lançamento do primeiro satélite utilizado para a comunicação (Telstar); nasce a idéia de lançar os sistemas de realidade virtual, descritos como mundos bem além de uma tela de cinema que, não obstante a sua natureza virtual, parecem reais, reagindo como um mundo real, podendo-se percebê-lo de forma real.

Nos anos 1970, algumas dessas tecnologias começaram a tomar forma. Surgem, por exemplo, nesses anos os primeiros vídeo-disco, as primeiras procuras no âmbito da alta definição, o nascimento do vídeo-texto interativo, a difusão do uso do computador no campo profissional dentro das grandes administrações. Todavia, é nos inícios dos anos 80 que as novas tecnologias informáticas começaram a inserir-se com um certo destaque em toda a sociedade.

Em outras palavras, podemos afirmar que ocorreu um desenvolvimento maior sobretudo da microeletrônica, permitindo maior velocidade de cálculo e de operações cada vez mais complexas. Cria-se, assim, o computador pessoal (personal computer). Este fato foi definitivo nos caminhos de mudança, dando início a uma série de transformações, que revolucionou a maneira de viver, o modo de trabalhar, enfim, o personal computer, como afirma Gianfranco Bettetini (1996) não só foi elemento de transformação para o uso da informação, mas se apresentou também como instrumento de suporte para as outras atividades do indivíduo, ou seja, passou a fazer parte da vida das pessoas.

Na trajetória das transformações, a década de 1990 foi definida pelos estudiosos como década digital, isto é, um período no qual as tecnologias vídeo-digitais foram amplamente utilizadas nos sistemas televisivos, seja na recepção como na transmissão de sinais. Nascia já em 1984 a palavra “ciberespaço”, inventada por William Gibson, e que pode ser definida, segundo Pierre Lévy (2000) como “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”. Essa definição inclui o conjunto dos sistemas de comunicação eletrônicos, na medida em que transmitem informações provenientes de fontes digitais ou destinadas à digitalização.

Essas são inovações que trazem consigo vantagens indiscutíveis e notáveis progressos, também do ponto de vista sócio-cultural. As novas tecnologias da comunicação constituem um aspecto essencial da sociedade industrial avançada: dos bancos de dados aos instrumentos interativos, da alta definição à realidade virtual, do satélite à fibra ótica, do telefone celular ao fax, à Internet.

A este ponto, na consideração histórico-evolutiva que mencionamos brevemente, é importante compreender que o panorama do desenvolvimento das tecnologias de comunicação apresenta, vertiginosamente, a própria comunicação como fenômeno complexo e articulado. O que é imprescindível perceber, entre todos os aspectos relevantes de tal evolução técnica, é que, mudando a tecnologia, muda a comunicação. Veja bem que, seria, portanto, um erro analisar os vários aspectos da nova comunicação com os critérios da época dos mass media. Certamente, não ignoramos o fato que existe uma relação entre os mass media e a nova mídia (new media), mas se trata de um universo novo, que requer também uma “mente interativa”. É essa mente interativa que a nova geração possui. A divisão que se está formando na sociedade hoje não é somente entre os que possuem meios e os que não possuem tecnologias de informação. O verdadeiro gap (ruptura/cisão) é de tipo cultural/geracional; é um salto na linguagem.

Neste sentido, torna-se imperativo pensar que a mídia abre novas possibilidades, não somente porque possibilita a informação mais rápida, mas ela permite (e provoca!) a criatividade para novos métodos para desenvolver a comunicação. Assim, por exemplo, se pensamos o hipertexto (uma série de textos interligados entre si...); a escrita linkada com outras linguagens, música, design, imagens... a interatividade que já se torna um hipermidia. (Cf. Vicente Gosciola (2003).

Não se trata simplesmente de adquirir um novo computador. A mudança consiste em uma passagem de uma “idéia” que possuíamos até o momento a respeito do texto, da leitura. Dá-se uma mudança de método, isto é, escrever não é mais oferecer simplesmente uma mensagem pronta que comunica a intenção do autor, mas oferecer material para o trabalho do leitor, que, agora, se transforma em “autor”. Muda-se a forma de produzir. Muda, então, a função do chamado receptor. É o usuário que se serve, como deseja, dos produtos de consulta; pode escolher segundo os seus gostos e desejos. Assim, especialmente a hipermídia, favorece o desenvolvimento da interatividade de forma extraordinária. Trata-se não apenas de uma ”novidade” a mais no mercado e, sim, de novas linguagens que já se encontram, progressivamente, na área da educação. Você pode perceber isto através dos cursos a distância que estão proliferando de forma crescente em todo o país. Chegamos a uma etapa na qual cada pessoa se transforma em um "nó" comunicativo coligado a todos os outros. Nessa perspectiva, não se poderá mais viver senão "em rede". (47º Dia Mundial das Com: “Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”.)

Na fase industrial, e como característica da modernidade, temos a Cultura de Massa, como uma “profusão ilimitada dos signos”. Ligada ao processo de desenvolvimento industrial e urbano, a comunicação de massa inicia a produção de um produto industrializado e hegemônico. Consequentemente temos uma cultura hegemônica. Neste contexto, a comunicação de massa se transforma em produção e transmissão de formas simbólicas. É uma grande mudança, profunda na sociedade, porque a comunicação de massa, como forma simbólica, começa a mediar a “cultura moderna”. É a fase industrial.

Já, na pós-modernidade, a comunicação chegou a constituir-se como uma nova ambiência, um conjunto de valores, uma forma nova de viver, de nos movimentar, de nos socializar. E isto é, do ponto de vista antropológico (nossas crenças, nossos estilos de vida, nossos costumes, etc.), uma cultura midiática, isto é a comunicação que realmente se constitui em um elemento articulador que gera, administra, sustenta, desenvolve e ancora todos os aspectos de vida/sociedade que vivemos na sociedade contemporânea.

Enfim, ousamos dizer que estamos submersos na “cultura midiática, especialmente porque as novas tecnologias da comunicação nos colocam em um novo território de vivência humana, em que a mente se encontra imersa em um mundo virtual, circunscrita a várias dimensões e mescladas de conexões inter-humano-digitais, mediada por complexo sistema de informações em crescimento exponencial acelerado”. Ernesto Giovanni Boccara (Instituto de Artes da Unicamp), na apresentação do livro Roteiro para as Novas Mídias.

Sem dúvida estamos diante de uma “revolução perceptiva e cognitiva”. Assim que, segundo André Lemos, a cultura contemporânea, associada às tecnologias digitais (ciberespaço, simulação, tempo real, processos de virtualização, etc) cria de forma crescente uma nova relação entre a técnica e a vida social que denominamos de cibercultura. E, hoje, uma verdadeira estética do social cresce sob nossos olhos alimentada pelas tecnologias do ciberespaço (André Lemos, 2002).

Participamos, assim, de uma realidade nunca antes vivenciada, a do “Homo media”, como afirma Vicente Gosciola (2003), entendida como aquela em que “o ser humano não só está entre os meios de comunicação, mas interage com eles e neles interfere”.

2. A Cultura digital ou cibercultura

A cibercultura é a nova forma da cultura. Entramos hoje na cibercultura como penetramos na cultura alfabética há alguns séculos. Entretanto, a cibercultura não é uma negação da oralidade ou da escrita, ela é o prolongamento destas; a flor, a germinação, afirmou Pierre Levy na apresentação do livro de André Lemos, citado já nesta unidade.

Na verdade, Cultura digital, ou cibercultura são nomes que marcam a cultura contemporânea, especialmente a partir da década de 70 do século passado, com o surgimento da microinformática. É a microinformática que vai dar o tom planetário, “que ganha uma dimensão mais radical com o surgimento das redes” afirma o pesquisador André Lemos, sociólogo, em entrevista no livro Cultura digital.br.

No dizer do sociólogo, é, então, essa cultura do telefone celular, dos computadores, das redes, dos micro-objetos digitais que funcionam a partir do processo eletrônico digital. Em outras palavras, a cibercultura seria a cultura contemporânea, onde os diversos dispositivos digitais já fazem parte da nossa realidade. Não raro, ao falar de cibercultura, tem-se uma idéia futurista, uma idéia de ficção científica. Mas, na realidade trata-se da cultura hoje marcada por essas ferramentas eletrônicas.

Nas observações do pesquisador, o que alterou substancialmente é a nossa relação com os objetos técnicos na atualidade, ou seja, pela primeira vez, talvez, temos o digital, a dimensão técnica colocada à dimensão da comunicação. Por isso, a importância de considerar que se trata de tecnologias não apenas da transformação material e energética do mundo, mas elas permitem a transformação comunicativa, política, social e cultural. Pois conseguimos, segundo Lemos, transitar informações, bens simbólicos, não materiais, de uma maneira inédita na história da humanidade.

Daí o ciberespaço: o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. A comunicação acontece através de mundos virtuais compartilhados: internet, interatividade, realidade virtual, blog, podcast, redes sociais (network...).

3. Nasce uma “Teoria interacional”. A trajetória dos vários modelos de comunicação

Para compreendermos como chegamos àquilo que chamamos de midiatização, faz-se necessário perceber a mudança, as transformações da cultura midiática, e, podermos, assim, também transformar nossa mentalidade, uma vez que não é mais possível dialogar com as pessoas de hoje, principalmente as novas gerações, se não estivermos dentro da cultura digital.

Portanto, diante da complexidade do que significa comunicação, da sua evolução de conceitos e paradigmas, é preciso considerar o surgimento de uma nova visibilidade que está definitivamente relacionado a novas maneiras de agir e interagir trazidas com a mídia. É o que John B. Thompson nos ajuda a refletir em seu artigo. A nova visibilidade (MATRIZES, n. 2 abril 2008). É preciso entender os caminhos pelos quais o avanço das mídias comunicacionais transformou a natureza da interação social. É novamente o sociólogo inglês Thompson quem mostra em seu livro A Mídia e a modernidade, uma perspectiva que pode ser entendida como uma “teoria interacional” da mídia, pois o autor analisa os meios de comunicação em sua relação com as formas de interação que eles tornam possíveis e das quais eles são parte.

Diz o sociólogo que “as mídias comunicacionais não se restringem aos aparatos técnicos usados para transmitir informações de um indivíduo a outro enquanto a relação entre eles permanece inalterada; ao contrário, usando as mídias comunicacionais ‘novas’ formas de agir e interagir são criadas” .
E o que são essas formas de agir e interagir?

Para compreendermos melhor como se dá este processo de midiatização, é preciso entender as variadas formas de comunicação. Vemos assim um cenário em que se destacam ao menos três grandes modelos de comunicação. E os três grandes modelos de comunicação que implicam uma mudança de mentalidade são: a comunicação dialógica presencial; a comunicação de massa; a comunicação dialógica não presencial.

É preciso considerar, entretanto que o surgimento de um novo modelo comunicacional não representa o desaparecimento do anterior. Ao contrário, representa a ampliação de formas comunicacionais e novas combinações da comunicação na sociedade. Portanto, além de procurar entender os nexos de um modelo comunicacional específico, é preciso ver também qual o papel que o mesmo desempenha, na relação com os outros modelos.

Os modelos que apresentamos aqui se baseiam na demonstração que o estudioso Rovilson R. Britto apresentou em seu livro Cibercultura: sob os olhares dos Estudos Culturais (2009). dos quais nos servimos e comentamos, devido à sua clareza de exposição.

COMUNICAÇÃO:grandes modelos

O primeiro modelo comunicacional que queremos registrar é o da comunicação dialógica presencial. O modelo da comunicação é aquele que chamamos de interação face-a face e que percorre largos tempos históricos para chegar até aqui. Nesse tipo de interação, os integrantes estão presentes de forma direta um para o outro e compartilham de uma estrutura espaço-tempo comum; em outras palavras, a interação acontece num contexto de co-presença. A interação face-a-face é «dialógica» tipicamente, no sentido de que geralmente implica num fluxo comunicativo e informativo de duas vias; um dos indivíduos fala com o outro (ou outros) e a pessoa a quem ele se dirige pode responder (pelo menos em princípio), e dessa forma o diálogo se desenrola.

Outra característica da interação face-a-face é que ela geralmente contempla uma multiplicidade de referências: as palavras podem ser complementadas por gestos, expressões faciais, variações de entonação, etc. com o objetivo de transmitir mensagens e de interpretar mensagens das outras pessoas. Ao permitir a interação, o diálogo, este modelo foi e é fundamental para o desenvolvimento de todo o pensamento humano, se compartilharmos a visão de que o mesmo se dá a partir do conflito de idéias e de seu aprimoramento. É neste processo que evolui o pensamento e, consequentemente, a própria pessoa.

Em síntese, apesar do surgimento de novos modelos comunicacionais, juntamo-nos àqueles que vêem o modelo dialógico presencial como fundante e decisivo para dar a tônica ao todo comunicacional. Os demais modelos buscam de alguma forma, simulá-lo. Por isso, os modelos seguintes têm sempre presentes elementos dele (mesmo que não sejam completos), pois, dependem da repercussão da comunicação realizada neste modelo todas as demais pretensões de comunicação.

Um segundo modelo que apresentamos é o da comunicação nas chamadas mídias tradicionais de massa. Envolve cinema, rádio, televisão. Foi o modelo que deu origem às primeiras teorias da comunicação. Teve papel marcante no século passado e ainda é o principal referencial de comunicação na sociedade atual.

As características fundamentais deste modelo são: comunicação mediada pela técnica; ausência de diálogo, apesar de existir troca de sentidos. Este modelo é chamado por Thompson (op. cit) de “quase interação mediada”, pois as formas simbólicas são geradas visando um número indefinido de receptores potenciais. É altamente monológica. Não tem o mesmo nível de reciprocidade e de especificidade interpessoal de outras formas de interação, seja mediada ou face-a-face. Superou fronteiras geográficas e culturais, transformou a circulação de bens simbólicos num grande mercado, com crescente importância econômica, e com influência social indiscutível.

Hoje é inimaginável a sociedade que temos sem o papel desempenhado por este modelo comunicacional. Produzidos cada vez em um número de centros mais reduzidos e difundidos de maneira nacional e mundial, os produtos deste modelo guardam a intencionalidade de seus produtores e a lógica impessoal (ou para ser mais preciso, industrial) de sua produção. È importante notar que, neste modelo se desenvolve a unilinearidade, do Emissor para o Receptor (o feedback é muito restrito e somente para realimentar a fonte), portanto, praticamente não há interatividade. Há o consumo. Observe que, praticamente, todos os métodos de ensino, de pastorais, enfim da sociedade em geral e, portanto, das mais variadas instituições, estão baseadas nesta unilinearidade.

E o terceiro modelo é o da comunicação dialógica não presencial, que tem origem recente e, portanto, revela-se como um elemento novo, que reestrutura o todo comunicacional em outros termos, já que tem influência crescente. Observe que volta a palavra diálogo.

A marca essencial deste novo modelo é a combinação da relação dialógica com a mediação técnica, permitindo a simulação do primeiro modelo de comunicação por cima de barreiras de tempo e espaço. Trata-se, segundo Thompson, de “variações de uma interação mediada por computador”. Temos, então, a cultura digital. Os cursos a distância, por exemplo é um diálogo não presencial. Os bate-papos, as redes sociais, etc. são um diálogo não presencial.

É preciso dizer que este novo modelo guarda as características mais positivas de seus precedentes: a questão dialógica como construtora do desenvolvimento do conhecimento e da subjetividade e a mediação das técnicas permitindo superar barreiras geográficas. Entretanto, é preciso ressaltar também o que ela não contém: a presença, fator importante da confiabilidade dialógica; e a difusão ampla, própria do modelo de comunicação de massa, já que a relação dialógica pressupõe recorte e definição de interlocutores, observa Rovilson Britto.

O ciberespaço é a dimensão social em que se realiza este novo modelo de comunicação, através de chats, e-mails, teleconferências, listas de discussão etc. Dentro dele se realiza também uma comunicação no modelo de massa, mas pesquisas recentes demonstram que a maioria dos acessos visa a relação dialógica não presencial.

Assim, todas as teorias que buscavam refletir sobre o modelo dialógico presencial, sobre o modelo de comunicação de massa ou sobre a relação de ambos, estão agora desafiadas a entenderem o novo modelo e levá-lo em conta na nova configuração do todo comunicacional (UMA NOVA VISIBILIDADE), procurando iluminar suas ligações e o papel de cada modelo dentro dele.

NOVA ESFERA CONVERSACIONAL Nos novos formatos comunicacionais pós-massivos, a conversação (consumo, produção e distribuição de informação) pode levar a umamaior ação política, a uma ampliação da participação pública. Trata-se da conversação “no mundo da vida”. WEB é, ao mesmo tempo, a ferramenta social e o espaço em queAs relações ocorrem
Daía decorrência de que não se trata somente de “novidades”das tecnologias, mas “estánascendo uma nova maneira de aprender e pensar”.

Nativos digitais (digital natives)= “aqueles que nasceram com”(até+ ou –20 anos)Imigrantes digitais(digital immigrants) = os que chegaram depois para as novas tecnologias da web.Eles comunicam, trocam, criam, se encontram, coordenam suas atividades, aprendem, analisam, evoluem e crescem de forma diferente. Seus jogos não são mais os mesmos, e a suaforma de escrever os programas não émais a mesma.

Note que vivemos em uma sociedade envolta em uma infinita rede comunicativa em que as pessoas do planeta inteiro podem entrar em contato umas com as outras. É mesmo como já mencionamos, cada ser humano se transforma em um “nó” comunicativo, coligado aos outros. E a sociedade em rede é uma sociedade de fluxos, os movimentos se realizam nas mais diversas direções (observe ao ilustração acima), e não por um caminho reto, isto é, não por uma “linearidade”. Pode-se dizer, também, que nasce uma cultura a distância. E como explicamos no item cultura midiática, ela cria e recria as relações humanas na sociedade em que vivemos, dando para as pessoas algo nunca vivido anteriormente. Está-se formando um “novo sujeito”. E as palavras (e conceitos) que permeiam esse novo processo comunicativo são: interatividade, interconexão, interrelação.

4. Redes Sociais digitais

As redes sociais digitais vem alcançando, na sociedade atual, patamares não somente surpreendentes no sentido de avanços tecnológicos, mas introduzindo grandes e profundas transformações que tocam a própria natureza da comunicação. Seus processos comunicativos atraem cada vez mais, sobretudo a juventude, como o “lugar” onde se está, se é, se vive. Em outras palavras, a Internet – Redes Sociais digitais são parte integrante da nossa vivência cotidiana. Nesse ambiente, é preciso que o ser humano, especialmente o comunicador cristão, descubra, também, novos métodos de desenvolver o apostolado, a pastoral.

A comunicação nas redes é uma “cultura participativa” que contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtos e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos, agora considerá-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras que nenhum de nós, realmente, entende por completo. Surgem, então, as chamadas “comunidades virtuais”. A necessidade de interagir, e com a disponibilidade dos dispositivos tecnológicos, incentiva a busca de relacionamento com quem tem interesse afins, daí as conversas girarem entre pontos comuns – a formação das “comunidades”, resultando em “novos pertencimentos”.

5. Um novo sujeito: novas relações

Considerando o quadro evolutivo da trajetória da comunicação e a provocação que a cultura midiática cria e re-cria na sociedade hoje, damo-nos conta de que algo, nunca vivido anteriormente, está se passando e “forjando um novo sujeito” na sociedade, onde permanecem necessidades fundamentais do ser humano, mas modificam-se rápida e profundamente a sua forma de se relacionar. É o que constitui o aspecto antropológico-cultural da mensagem de Bento XVI em seu tema “Novas tecnologias. Novas relações” (2009).

O eixo fundamental reside no fato de compreender o que significa encontrar-se diante de uma verdadeira “revolução” tecnológica que exige ir além dos instrumentos, e tomar consciência das “mudanças” fundamentais que as novas tecnologias operam nos indivíduos e na sociedade, por exemplo, nas relações familiares, de trabalho, entre outros. A questão não se coloca, portanto, entre o aceitar ou rejeitar. Estamos diante de um fenômeno global, que se conjuga com tantos outros aspectos da vida social e eclesial. Lembramos as palavras de João Paulo II5: “Não basta usar (os meios) para difundir a mensagem cristã...mas é preciso integrar a mensagem nesta “nova cultura” criada pela comunicação social”.

A questão de fundo, portanto, já não é apenas reconhecer que os meios de comunicação passaram, em pouco tempo, de emergentes na vida social, para uma centralidade na maneira de estruturar e explicar essa vida social. A questão de fundo ultrapassa o “reconhecer” e reside na sua significação, ou seja, no seu lugar social.

6. INTERNET – cultura digital

Nesta página apresentamos os impressionantes números da Internet no Brasil, atualizados regularmente e separados por tópicos. Última atualização: 14/12/2012.

Segundo o Ibope Media, somos 94,2 milhões de internautas tupiniquins (dezembro de 2012)[1], sendo o Brasil o 5º país mais conectado[2]. De acordo com a Fecomércio-RJ/Ipsos, o percentual de brasileiros conectados à internet aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e 2011[3]. O principal local de acesso é a lan house (31%), seguido da própria casa (27%) e da casa de parente de amigos, com 25% (abril/2010). O Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet[4].
Já é consenso entre os pesquisadores, incluindo pe. Antônio Spadaro, que a Internet está mudando, sim, nosso modo de pensar e de viver a fé na contemporaneidade. “Se a Internet está mudando nosso modo de pensar, ela não estará modificando a nossa forma de pensar a fé? Está alterando nosso modo de pensar e viver a experiência da Igreja? Está transformando a nossa maneira de ler a Bíblia?”

Para Spadaro, as recentes tecnologias digitais não são mais somente tools, isto é, instrumentos completamente externos ao nosso corpo e a nossa mente. “ ‘Os modernos meios de comunicação há tempo fazem parte dos instrumentos comuns através dos quais as comunidades eclesiásticas se expressam, entrando em contato com o seu próprio território e estabelecendo, muitas vezes, formas de diálogo mais abrangentes’.” Foi o próprio Bento XVI, em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações de 2010, a declará-lo.

Segundo Spadaro, as redes sociais não expressam um conjunto de indivíduos, mas um conjunto de relações entre os indivíduos. “O conceito chave não é mais a ‘presença’ na Rede, mas a ‘conexão’: estando presente, mas não conectado, se está ‘só’. Se eu interajo eu existo. O indivíduo entra na Rede para experimentar ou ampliar de algum modo a proximidade/vizinhança. Deve-se, portanto, entender como o conceito de ‘próximo’ evolui a partir da Rede.” Importante perceber que a lógica da Internet implica que o conhecimento passa pela relação. “A web 2.0 é uma rede de relações, o conteúdo não é comunicado através da transmissão, mas por compartilhamento. Se um conteúdo é transmitido, ele não é conhecido, mas se é compartilhado, sim. Exemplo: no meu blog, se eu publicar e deixar apenas ali, poucos irão ler. Já tentei fazer isto. Mas seu eu postar no Twitter, imediatamente mais de 2000 pessoas irão ler no mesmo dia.”

CONCLUSÃO

Concluímos, relembrando que nosso Carisma é da Igreja e está na Igreja, que solicita o diálogo entre fé e cultura (EM). Naturalmente, isto implica em novas linguagens, novos métodos, enfim, implica na observação e na prática das mutações profundas trazidas pela cultura digital e que se apresentam como uma necessidade para a Igreja levar em conta, na evangelização. Mas será que a Igreja está considerando e assumindo tais mudanças? Do ponto de vista do pensamento, sim. É o que ela diz e incentiva através de seus últimos documentos, a saber a Igreja e Internet e Ética na Internet, as Mensagens para o Dia Mundial das Comunicações.

Há todo um caminho evolutivo muito acentuado de novos paradigmas para chegarmos ao que queremos entender como midiatização. Como disse um pesquisador Pedro Gilberto Gomes, estamos passando para um novo patamar da nossa sociedade. Isto implica um novo sujeito. Uma nova maneira de ser, de atuar. Por isso consideramos os três grandes modelos de comunicação como processos comunicativos, pois é aí que acontece o nascimento de novas linguagens, de novas maneiras de as pessoas se comunicarem, portanto, novos paradigmas para a evangelização. Além disso, o processo comunicativo atual exige uma mudança de mentalidade para os sistemas de ensino, por exemplo. E muito mais para o modo de evangelizar.
 
Referências Bibliográficas

1. João Paulo II- Convênio de Palermo, Itália, 1995. Frequentemente os últimos documentos da Igreja e os discursos de João Paulo II aludem ao período de crise pelo qual passa a sociedade hoje.
2. João Paulo II, Novo Millennio Ineunte, 15.
3. João Paulo II. Redemptoris Missio, 37.
4. João Pauli II. Mensagem para o 34º Dia Mundial das Comunicações, 2000.
5. Redemptoris Missio, 37c.
 
Joana T. Puntel, fsp, Prof. Dra em Comunicação Social.
 

 

“Stiamo imparando a superare il modello del pulpito”

 Presento qui l’intervento di mons. Claudio M. Celli al Sinodo per la Nuova Evangelizzazione. Gli interventi sono di 3 minuti e dunque richiedono estrema concisione.
L’intervento di mons. Celli al Sinodo Posted on 16 ottobre 2012 by antoniospadaro
La nuova evangelizzazione ci chiede di essere attenti alla “novità” del contesto culturale nel quale siamo chiamati ad annunciare la Buona Novella di Gesù Cristo, ma anche alla “novità” dei metodi che dovremmo utilizzare. I Nuovi Media sono rilevanti per entrambi i compiti, poiché stanno cambiando radicalmente la cultura nella quale viviamo e allo stesso tempo offrono nuovi percorsi per condividere il messaggio del Vangelo.
Stiamo vivendo un momento di profondi cambiamenti nella comunicazione. Sono perfettamente evidenti a livello tecnico, ma quelli nella cultura della comunicazione sono ancora più significativi. Le nuove tecnologie non hanno semplicemente cambiato il nostro modo di comunicare, ma hanno trasformato la comunicazione stessa. Le nuove tecnologie e i nuovi media stanno creando una nuova infrastruttura culturale che sta già influendo sul paesaggio e l’ambiente della comunicazione. Questa nuova cultura sta cambiando la vita delle persone e i loro modi di comunicare. Non possiamo semplicemente fare quello che abbiamo sempre fatto, pur con le nuove tecnologie. Ora, più che mai, abbiamo bisogno di quella “audacia e saggezza” di cui Papa Paolo VI parlava nell’Evangelii Nuntiandi.
Dobbiamo riconoscere che oggi l’arena digitale è una realtà nella vita di molte persone, in modo più evidente nel mondo occidentale, ma in crescita anche tra i giovani nel mondo in via di sviluppo. Non dobbiamo considerarlo uno spazio “virtuale”, in qualche modo meno importante del mondo “reale”. Se la Chiesa non è presente in questo spazio, se la Buona Novella non è proclamata anche “digitalmente”, corriamo il rischio di abbandonare molte persone, per le quali questo è il mondo in cui “vivono”: questo è il forum dove essi acquisiscono notizie e informazioni, sviluppano ed esprimono la loro opinione, si impegnano in un dibattito, dialogano e cercano risposte alle loro domande. La Chiesa è già una presenza nello spazio digitale, ma la prossima sfida è quella di cambiare il nostro stile comunicativo per rendere tale presenza efficace.
Dobbiamo occuparci soprattutto della questione del linguaggio. Parlando di linguaggio, desidero fare riferimento ai nostri modi di comunicare e al nostro vocabolario. È luogo comune osservare che lo stile del discorso nel forum digitale, soprattutto nel cosiddetto Web 2.0, è spontaneo, interattivo e partecipativo. Come Chiesa, siamo più abituati a predicare, insegnare e rilasciare dichiarazioni. Sono attività importanti, ma le più efficaci forme di discorso digitale sono quelle che coinvolgono direttamente le persone, che cercano di rispondere alle loro domande specifiche e che sono aperte al dialogo. Nella Chiesa, siamo abituati a usare i testi scritti come modo normale di comunicazione. Non sono convinto che questa forma possa parlare ai più giovani, abituati a un linguaggio differente, un linguaggio radicato nella convergenza di parola scritta, suono e immagini. Abbiamo bisogno di riscoprire la capacità dell’arte, della musica, della letteratura per esprimere i misteri della nostra fede e riuscire a toccare le menti e i cuori. Abbiamo bisogno di imparare a mostrare il modo in cui celebriamo la nostra fede, il modo in cui cerchiamo di servire, il modo in cui le nostre vite sono piene di grazia e benedizione. Siamo chiamati a comunicare con la nostra testimonianza, condividendo nelle nostre relazioni personali la speranza che abita in noi. Il bisogno di essere meno dipendenti dal testo è più urgente per le difficoltà che emergono a livello di vocabolario. Gran parte del nostro linguaggio religioso ed ecclesiale risulta difficile anche per i credenti. Molte nostre icone e simboli devono essere spiegati ai contemporanei, soprattutto alle giovani generazioni che non hanno ricevuto un’educazione religiosa né in famiglia né a scuola. Non possiamo più a lungo presumere che la maggior parte delle persone, anche in paesi tradizionalmente cristiani, abbia familiarità con le nostre convinzioni fondamentali. Non possiamo ridurre o diluire i contenuti della nostra fede, ma siamo chiamati a trovare nuovi modi per esprimerla nella sua pienezza.
Un’altra caratteristica dei nuovi media può essere una sfida particolare per l’impegno comunicativo della Chiesa; i nuovi media, infatti, sono un mondo aperto, libero e “peer-to-peer” (paritario), non riconoscono o privilegiano automaticamente i contributi di autorità e istituzioni stabilite. In tale ambito, l’autorevolezza non è un diritto, ma deve essere guadagnata. Questo significa che la gerarchia ecclesiastica, come anche quella politica e sociale, deve trovare nuove forme per elaborare la propria comunicazione, affinché il suo contributo a questo forum riceva un’attenzione adeguata. Stiamo imparando a superare il modello del pulpito e dell’assemblea che ascolta per il rispetto della nostra posizione. Siamo obbligati a esprimere noi stessi in modo da coinvolgere e convincere gli altri che a loro volta condividono le nostre idee con i loro amici, “followers” e partners di dialogo. In tale contesto, il ruolo del laicato diventa sempre più centrale. Abbiamo bisogno di valorizzare le “voci” dei molti cattolici presenti nei blogs, nei social networks e in altri forum digitali, affinché possano evangelizzare, condividere le intuizioni del Vangelo, presentare l’insegnamento della Chiesa e rispondere alle domande degli altri. Abbiamo bisogno di riflettere su come fornire loro la migliore preparazione e informazione, perché siano protagonisti credibili e convincenti, testimoni della Buona Novella del Vangelo.
Penso alla Chiesa che è chiamata ad instaurare un dialogo rispettoso con tutti – tenendo presenti le nostre società sempre più multiculturali e multi religiose – a dare ragione a tutti della speranza che porta nel cuore. Una Chiesa che accompagna l’uomo e la donna di oggi nei non facili sentieri della vita, che sa essere loro vicino, che sa sostenerli nella ricerca della verità, che sa mostrare il volto misericordioso del Padre, che è fedele al suo amore per l’uomo nel suo Figlio, il Signore nostro Gesù Cristo.
 (tratto dal bollettino Synodus Episcoporum)

 

DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS:

NOSSA RESPOSTA À PALAVRA

* Dom José Antônio Peruzzo
Para a Igreja no Brasil, que pretende de seus filhos que acolham, com consciência de discípulos e com fidelidade criativa, os apelos da Palavra de Deus, afigura-se interessante uma aproximação atenta às formas originárias mediante as quais os evangelhos apresentam as respostas dos primeiros discípulos à Palavra que Jesus lhes dirigia. O encontro com o Senhor e o acolhimento da sua Palavra suscitou neles decisões, propôs-lhes questionamentos, reclamava aprofundamentos, desafiou-os a compromissos. Começaram por “ouvir” a Palavra, deixaram-se ensinar e modelar por ela, e isso os qualificou a proclamá-la (concordo). Ainda que brevemente, parece importante observar as experiências dos primeiros discípulos diante da Palavra do Mestre.
 
A PALAVRA DE JESUS E OS SEUS DISCÍPULOS
1.  Resposta dos primeiros discípulos à Palavra de Jesus
A referência aos chamamentos não se projeta somente aos relatos de vocação. Mas, é verdade, eles têm um caráter fundante. Por isso mesmo merecem atenção especial. E esta se volta particularmente para a palavra que Jesus lhes dirige ao “chamá-los”, quer para o discipulado (vocação), quer para o serviço (participação no seu ministério). Quando Jesus “chamava” os discípulos, suas palavras desencadeavam neles alguma forma de mudança no destino de suas vidas ou em suas atitudes. Não se tratava de conceitos, nem de teorizações, tampouco de convencimentos discursivos. Era a sua pessoa ou o seu modo de ser que, ao serem pronunciados, interpelavam decididamente aqueles seguidores mais diretos.
A primeira atenção se volta para os chamados de vocação. Tanto Mc 1,18 quanto Mt 4,20.22 salientam a reação pronta, por parte daqueles escolhidos, à palavra que o Senhor lhes dirigia. Barcas, redes, funcionários, pai, tudo recebeu um novo lugar em suas vidas ante a proeminência do olhar e da Palavra de Jesus. “Caminhando à beira do mar da Galiléia..., Jesus viu... e lhes ‘diz’: segui-me... E eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram” (Mt 4,19.22). O evangelista destaca o caráter imediato da resposta. Por duas vezes “eles, imediatamente, seguiram-no”. Por sua vez, o evangelho de Marcos evidencia também a prontidão do Senhor em pronunciar sua palavra: “Imediatamente Jesus os chamou...” (Mc 1,20).
Alguns elementos muito significativos merecem atenção: diversamente do que era usual em seu tempo, é Jesus quem, por primeiro, lança um olhar e pronuncia sua palavra. Ademais, a julgar pela inteireza dos evangelhos, não existe discipulado sem que o Senhor tenha dirigido sua palavra e a mesma tenha encontrado resposta. É a relação com a palavra de Jesus que matiza, qualifica e define o seu discipulado. Também há que se ter bem presente que a reação daqueles primeiros, mas também de outros como Levi (Mc 2,14) e Zaqueu (Lc 19,5-6), não se liga a um sistema de pensamento, ou engajamento a algum projeto de teor triunfalista. Era a pessoa de Jesus que era pronunciada no seu convite: “vinde após mim”.  Ainda outro dado é digno de notação: em Mt 4,19 Jesus “diz” a Pedro e André. A forma verbal no presente não é mera questão de estilo. Há nela uma valência teológica, sugerindo que a palavra/convite de Jesus tem valor permanente, cujo alcance chega até o leitor do evangelho, em qualquer tempo.
Também Lucas, seguindo outra tradição, confere grande ênfase à Palavra de Jesus dirigida a Pedro e a resposta deste: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5). Eles, pescadores, já tinham encerrado uma noite de trabalho. Tinham fatigado em vão, pois nada pescaram, justamente no tempo noturno, o mais propício para a atividade. Os resultados foram frustrantes e a ordem de Jesus afigurava-se estranha. Em termos práticos, para responder positivamente a Jesus, Pedro deveria desconsiderar todo o seu conhecimento no ofício de pescar, incluindo até mesmo a reputação, para apoiar-se unicamente na palavra do Mestre. E confiando somente na potência da palavra do Senhor, porque era a pessoa de Jesus a formulá-la, obedeceu. Foi o seu primeiro ato de fé nEle. Ao aderir àquela “palavra”, ele reconheceu quem era Jesus (“Senhor”, v. 8), quem era ele (“pecador”, v. 8), e qual seria o seu futuro (“pescador de homens”, v. 10).
Também no quarto evangelho o encontro com Jesus mediante a palavra se torna uma questão intrínseca ao discipulado. Jesus, a “Palavra que se tornou carne”, por indicação de João Batista, é seguido pelos primeiros discípulos. “Jesus voltou-se para trás, e vendo que eles o seguiam, lhes ‘diz”: ‘Que procurais? (concordo)’”(Jo 1,38). Também aqui é a palavra de Jesus a construir as relações. A busca daqueles primeiros não alcança seu objetivo sem a iniciativa dEle. Também neste caso o evangelista prefere o verbo no presente (Jesus lhes “diz”). A pergunta de Jesus é, portanto, válida para as pessoas de qualquer tempo. Na realidade, Ele indaga sobre os objetivos daqueles que o seguem, sobre o quê esperam encontrar. E convida-os a experimentarem a convivência com Ele (“vinde e vede”). Eles são instados a “ir e ver”. Qualquer relação com Ele não pode se basear em informações; depende fundamentalmente de convivência e de comunhão, de encontro pessoal. “Eles permaneceram com Ele aquele dia”. Foi o princípio de uma nova história (Cf. DAp 244).
2. Reação dos discípulos à Palavra de Jesus em contextos de ensinamento
“A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão a toda a sua pessoa ao saber que Cristo o chama pelo nome (cf. Jo 10,3), é um sim que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6)” (DAp 136). Ao lançarmos um olhar para as respostas dos discípulos à palavra do Senhor, percebe-se o elevado grau de desprendimento que o seguimento comporta. Suscita até mesmo fortes crises. Mas quem se deixa ensinar por Ele, quem acolhe sua palavra, percorre com Ele o caminho, e se torna “parecido com o Mestre” (cf. DAp 138).
Os evangelhos sinóticos são enfáticos em salientar a determinação de Jesus em acolher os desígnios de Deus a respeito do caminho de salvação pela cruz. Todos eles referem que “era necessário” percorrer este itinerário (Mc 8,31; Mt 16,21; Lc 9,22). E em todos os momentos nos quais reaflorava a temática da cruz, a reação dos discípulos desencadeava variadas formas de contrastes, ora com o Senhor, ora entre eles. Somente a palavra do Senhor poderia conferir sentido ao que se lhes afigurava absurdo. Pedro foi fortemente instado a passar dos pensamentos humanos aos de Deus (cf. Mc 8,33); os Doze, que discutiam quem seria o maior, ouviram do Senhor que a verdadeira grandeza requer atitudes de servo (Mc 9,35.43-44). Muito significativo neste quadro é o pormenor do evangelho de Marcos: em caminho para Jerusalém Jesus não queria que “ninguém o soubesse. Ele ensinava os seus discípulos...” (Mc 9,30-31). A amizade de Jesus e a palavra dirigida a eles tinham prioridade absoluta em um momento decisivo do ministério do Senhor e das relações dos discípulos com Ele.
Sempre no contexto do caminho para Jerusalém, ainda outros exemplos revelam o elevado grau de mudanças que a palavra de Jesus propunha aos discípulos que com Ele dialogavam: a Pedro, que se dispunha perdoar o irmão até sete vezes, superando toda a medida considerada sensata e aceitável para aquele tempo, Jesus contrapõe o perdão ilimitado (Mt 18, 22); aos discípulos, que tendiam a interpretar o casamento e a condição da mulher em termos utilitaristas, o diálogo com o Senhor os reconduziu à centralidade do projeto de Deus e do seu reino sobre o sentido do matrimônio e do celibato (Mt 19,11-12). Ante a perplexidade dos discípulos face ao despojamento total das riquezas, algo que o seguimento a Jesus comporta, sua palavra é eloquente: o perfeito seguimento é possível somente para quem tem Deus como centro unificador (Mt 19,21.26). E aquelas palavras de Jesus expressavam o seu modo de ser diante do Pai e diante dos discípulos.
Os diálogos de Jesus com os discípulos, por vezes muito exigentes e nem sempre fáceis de compreender, remetiam-nos, todavia, à centralidade que cabia a Deus na vida daqueles seguidores. Por isso mesmo Pedro, em um momento no qual muitos decidiam distanciar-se de Jesus, falando em nome do grupo, expressou-se com sinceridade: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Eles reconheciam que fora de Jesus não haveria esperança. A indagação “a quem iremos?” sugere que as exigências de Jesus não são uma simples mensagem moral; antes, são inseparáveis da sua pessoa e expressam seu comportamento. Suas palavras não constituem um sistema teórico, mas dependem da realidade mesma de Jesus. Suas palavras remetem à vida eterna que Ele comunica, e explicam sua pessoa. 
Ainda uma outra experiência muito ilustrativa de diálogo entre Jesus e os discípulos pode ajudar a vislumbrar a relação intrínseca entre sua palavra e sua pessoa. É a cena do Lava-pés (Jo 13,1-20). O momento era de comunhão e intimidade entre Ele e os seus, quando o Pai tudo colocara em suas mãos (Jo 13,2). É significativa a sequência das ações: “Levantou-se... tirou o manto... pegou uma toalha... amarrou-a, derramou água... pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os...” (Jo 13,4-5). Eram gestos e palavras reveladoras de quem era Ele. Ante a objeção de Pedro, a resposta soou categórica: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. Não se tratava apenas de aceitar o gesto. Estava em jogo acolher o seu modo pessoal de ser amorosamente servo. Era o único caminho possível de comunhão com Ele. De fato, depois de lavar os pés Jesus recolocou o manto, mas não  (concordo.) menciona que Ele retirou o avental, símbolo de quem serve. Naquele conjunto de atos e frases era sua pessoa que se apresentava como servo.
3. Resposta à Palavra de Jesus nos relatos de missão
Desde o primeiro encontro dos discípulos com Jesus, quando Ele lhes dirigiu as primeiras palavras, uma nova história e uma nova identidade pessoal começava a se configurar neles: “Farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17). Seria o próprio Senhor o sujeito de todas aquelas mudanças e transformações que os configurariam como discípulos missionários. E porque acolheram seu chamado, tornou-se outro o seu destino pessoal. Porque aceitaram a missão foi outra a verdade a dar sentido às suas vidas. E tanto no chamado quanto na missão foi a palavra de Jesus a soar por primeiro e ressoar por último (Mt 28,16-20; Mc 16,15; Lc 24,46-47).
Tornar-se missionário foi um desdobramento natural daquele movimento que se iniciou com o olhar e com a palavra de Jesus, dirigidos àqueles primeiros discípulos. Quando se tratava de discipulado e seguimento, Jesus os “chamou” (Mc 1, 20; Mt 1,21). E quando quis enviá-los em missão, novamente os “chamou” (Mc 6,7; Mt 10,1; Lc 9,1). Tanto um quanto outro comportam uma resposta fiel e criativa à palavra do Senhor que chama. E para a missão não deveriam dispor de outra segurança, “nem bastão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; tampouco duas túnicas” (Lc 9,3), senão a mensagem mesma que lhes tocava levar. Teriam sim que anunciar que, com Jesus, Deus pronunciava sua palavra soberana de salvação: “O Reino de Deus está próximo de vós” (Lc 10,9).
Os discípulos partiram em missão. O evangelho de Lucas salienta que eles retornaram repletos de alegria (10,17). A alegria é uma das expressões mais características dos que experimentam a salvação de Deus, chegada em Jesus Cristo. Era a alegria dos discípulos provada na graça de poder levar aos outros a salvação de Jesus. Também outros a experimentaram: João Batista “alegrou-se” com a chegada dos tempos messiânicos (1,44). Maria alegrou-se pelo que Deus nela realizara (1,47); as multidões se alegravam com todas as maravilhas que Jesus operava (13,17). Zaqueu experimentou a alegria de poder receber Jesus em sua casa (19,6). Também a nossa Igreja anseia por esta mesma possibilidade: “...Queremos expressar a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos sido enviados com o tesouro do Evangelho. Ser cristão não é uma carga, mas um dom” (DAp 23). Merece ainda menção uma diferença entre os evangelistas. Marcos e Lucas informam que os discípulos partiram em missão e retornaram (Mc 6,30; Lc 9,10; 10,17). Mateus não fala do retorno. A missão ainda não terminou.
Entre os relatos de missão tem grande força e sentido, para a presente reflexão, o último diálogo de Jesus com os discípulos na versão de Mateus(concordo) (Mt 28,16-20). Considerando a totalidade do evangelho, a ordem do Ressuscitado mediante a palavra “fazei discípulos” se apresenta como uma espécie de centro unificador de tudo quanto Jesus ensinara sobre a missão. Ele as pronuncia do alto de sua absoluta autoridade, com todo o poder que recebera “no céu e na terra” (28,18), destacando assim a grandeza da missão. A linguagem empregada (três particípios agrupados em torno a um imperativo: “fazei discípulos”) enfatiza, com grande realce, a urgência da missão. O acontecimento se deu em um monte (28,16), o que sugere a santidade da missão. O meio para fazer discípulos é “ensinar tudo quanto vos ordenei” (28,20). “Ensinar” não tem aqui um alcance estreito de retransmitir informações. Refere-se mais ao entendimento e à prática dos ensinamentos (cf. Mt 7,24-27). Mediante o ministério dos discípulos primeiros, outros seriam convidados a vincular-se à pessoa de Jesus Cristo, nas mesmas trilhas das experiências originárias de discipulado: encontro, experiência pessoal, obediência à palavra do Mestre. Propor o discipulado a “todas as nações” apresenta-se, portanto, como a forma mais fiel de responder à palavra última do Ressuscitado.
 
 * Dom José Antônio Peruzzo é Bispo Diocesano de Palmas/Francisco Beltrão (PR). Professor de Sagrada Escritura e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, da CNBB.
 
 

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Carta de convocação ao Capítulo da superiora provincial


Às  Superioras locais
e todas as irmãs
Ref. 1 - CONVOCAÇÃO AO CAPÍTULO PROVINCIAL
“Cremos, e por isso falamos ” (2Cor 4,13).
“Com fé audaz e profética,
façamos a todos a caridade da Verdade.”

Esta tem a finalidade de convocar todas as irmãs para a realização do 10º Capítulo Provincial, tendo em vista o 10º Capítulo Geral, que acontecerá dos dias 15 de agosto a 15 de setembro de 2013, na Itália, em Ariccia. O Capítulo Provincial será realizado de 03 a 17 de janeiro de 2013, em São Paulo, na Casa de Oração, na Cidade Regina.
Tempo de Capítulo é um período de graça e iluminação, bem como de provocações e desafios para a vida da Congregação e cada um de seus membros, quando todos se dispõem a abrir-se à ação do Espírito Santo, à ação transformadora da Palavra de Deus, e à realidade para perscrutar os sinais dos tempos, como fez o Bem-aventurado Tiago Alberione ao sentir-se chamado a “preparar-se para fazer algo por Deus e pelas pessoas do novo século”.  Os sinais dos tempos se revelam hoje, dentro da Congregação e da Província, na Igreja e na sociedade em que vivemos e atuamos, no mundo globalizado e em constante mutação e na cultura da comunicação.
O Capítulo Provincial tem a finalidade de:
             Verificar a caminhada da Província nas várias dimensões da vida paulina
             Aprofundar o esboço do Instrumento de trabalho e fazer as emendas segundo as   
       orientações  sugeridas 
             Apresentar as eventuais modificações às Constituições e ao Diretório
             Eleger as delegadas para o Capitulo geral.
Cada uma é convidada, pois, a entrar neste tempo de graça, de esmerada preparação espiritual com o coração aberto, dócil  à ação do Espírito, empenhada em colocar-se em oração, numa escuta profunda para perceber e aderir aos seus apelos de vida nova, de transformação pessoal, comunitária e apostólica; aos seus apelos de nova evangelização no mundo de hoje, como nos  propõe a Igreja.
O tema do 10º Capítulo Geral nos remete a Paulo, que testemunha, com sua vida e seu ensinamento, a ligação profunda entre crer e falar/comunicar. Para ele, a fé é fundamento enraizado no conhecimento pessoal de Cristo e implica anunciar Jesus Cristo, sempre e em todo lugar.  Também em nossa vida consagrada paulina, o primado está na fé. Com Paulo, que nos ensina como viver a fadiga apostólica, a fidelidade à Palavra, o sofrimento e a cruz na vida cotidiana, podemos dizer: "Cremos, e por isso falamos" (2Cor 4,13) na medida em que vivemos  e comunicamos uma fé audaz e profética, condição essencial do anúncio do Evangelho hoje.
E como diz o Papa Bento XVI, na carta que proclama o Ano da fé: "Hoje se faz necessário um empenho eclesial mais convicto em favor de uma nova evangelização, para redescobrir a alegria de crer e de reencontrar o entusiasmo ao comunicar a fé" (Porta fidei 7).
Todas  nós, com toda a  Congregação, já iniciamos a preparação para o 10º Capítulo geral a partir da carta que Ir. M. Antonieta Bruscato enviou no dia 25 de janeiro de 2012, solicitando a nossa participação através da reflexão e respostas a algumas perguntas, em vista da elaboração do primeiro esboço do Instrumento de trabalho que será estudado, aprofundado e trabalhado tanto no Capitulo Provincial como,  depois de nova elaboração, no Capítulo Geral.
 Com esta Convocação iniciamos a preparação para o nosso Capítulo Provincial, importante compromisso, porque o bom êxito do mesmo é confiado a cada uma de nós e depende da preparação.  É um tempo forte, de muito empenho, de reflexão, de comunhão, de escuta, de crescimento na fé, de acreditar firmemente em nossa vocação paulina, de perceber os apelos do Espírito, da Igreja, do povo de hoje!  Caminhamos com a certeza da presença do Senhor, seguras de que Ele mantém a sua mão sobre nós, e caminha conosco todos os dias!  "Não tenham medo, eu estou com vocês!".
Preparar bem significa concentrar forças, refletir, rezar, aprofundar, partilhar; por isso, no segundo semestre de 2012, nos dedicaremos exclusivamente a esta tarefa, a fim de termos o tempo necessário e sereno para dar a nossa contribuição de qualidade.
Enviaremos em seguida as indicações para a eleição das delegadas ao Capítulo provincial e depois as orientações para a Avaliação do nosso caminho neste sexênio, que vai  do 9º ao 10º Capítulo geral.   
Desde já agradeço o empenho de cada uma para prepararmos bem este evento, dando os passos que nos forem solicitados. Para isso, estamos seguindo as orientações do Governo Geral e mais especificamente da Comissão preparatória ao Capítulo geral.
Convido-as a rezar neste tempo não só a Oração pelo Capítulo, (anexa), mas  também durante  o dia exercitar-nos na fé, em nossos pensamentos, abrir o coração para viver sempre mais a caridade, o amor a Deus e ao próximo e fortificar a vontade,  procurando fazer o que agrada a Deus, mesmo que nos custe.  Confio especialmente às nossas queridas irmãs idosas e enfermas a missão de manter viva a chama da oração e da oferta pelo Capítulo. Essas intenções estejam presentes em nossas orações pessoais e comunitárias, pedindo ao Espírito Santo que nos guie, ilumine com sua inspiração profética neste caminho de fé, de esperança e comunhão que vivemos como Filhas de São Paulo.
São Paulo, corajoso apóstolo e missionário, nos ajude a viver realmente aquilo que ele disse: ”Cremos, por isso falamos” (2Cor 4,13). E “Com fé audaz e corajosa, façamos a todos a caridade da Verdade”.

                                                                              Ir. Ninfa Becker,
 Superiora Provincial

                       

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